terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Presença Social


O conceito de presença social foi introduzido por Short e al (1976) sendo definido como “o grau de saliência de outra pessoa numa interacção e a consequente saliência de um relacionamento interpessoal” (p.65). Eles apontam a intimidade e a proximidade como elementos de presença social, onde a intimidade é determinada por respostas pessoais como sorrisos e contacto visual, e a proximidade é determinada por interacções verbais e não verbais como colocar questões, responder às solicitações ou reagir a observações. A presença social, sugerem eles, é um factor de ambos: do meio e dos participantes.
Gunawardena e Zittle (1997) procuraram "medir até que ponto a presença social é um preditor da satisfação global do aprendente numa conferência por computador" (p.11). Também investigaram a relação entre o uso dos emoticons pelos estudantes, presença social e satisfação.
A presença social é definida por Rourke e al. (1999) como " a habilidade dos alunos para se projectarem socialmente e efectivamente numa comunidade de inquirição" (p.50). Desenvolveram um sistema de codificação que consiste em 12 itens em três categorias para medir a presença social. Eles sugerem que embora sejam necessários “elevados níveis de presença social para apoiar o desenvolvimento da aprendizagem significativa, é de esperar que haja um nível óptimo acima do qual demasiada presença social pode ser prejudicial para as aprendizagens (Rourke e al., 1999, p.67).
Garrison e al (2001) ampliaram o conceito de presença social para o que eles chamaram presença cognitiva. Eles definem-na como uma medida do envolvimento do estudante na inquirição.
Baseado nesta investigação em presença social, parece provável que esta seja um factor importante para a aprendizagem e satisfação dos estudantes em cursos à distância. Não é claro, no entanto, de que forma a presença social traz impactos à aprendizagem. É possível, por exemplo, que existam níveis de presença social que podem depender do tamanho ou da intencionalidade da turma, da natureza do conteúdo, ou de outros factores ainda por determinar.
A presença social parece ser um importante elemento tanto do grau de satisfação como da aprendizagem. Estabelecer a presença social é especialmente importante no início dos cursos, tendo que haver um esforço para manter a presença social que vai decrescendo ao longo do tempo. Os estudantes em cursos online valorizam as discussões entre o professor e o grupo de estudantes, e a estrutura do curso parece ser um importante factor para permitir a discussão.



Bibliografia

Raven M. Wallace (2003)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Presença do professor e Proximidade


Construir os materiais do curso, interagir com os alunos e dar-lhes feedback, avaliar o trabalho do estudante, são tarefas óbvias para o professor online. O que não é óbvio, contudo, é como essas tarefas são realizadas. Particularmente problemático é o papel do professor assim que a aula começa, que certamente afecta tanto a maneira como o curso está concebido como a forma como o trabalho do estudante é avaliado.
Anderson e colegas (2001) definem presença de ensino como consistindo em três partes: concepção/coordenação, facilitação do discurso e instrução directa. Eles utilizam " presença de ensino "em vez de " presença do professor " por considerarem a possibilidade de que outras pessoas para além do instrutor do curso possam assumir partes no papel de ensino. Eles criaram um sistema de codificação para a presença de ensino:
1- Concepção e organização educacional (configuração do currículo, conceber métodos, estabelecer parâmetros de tempo, utilizar correctamente os recursos e estabelecimento da Netiqueta).
2-Facilitar a conversação (identificar as áreas de concordância/discordância, procurar chegar a um consenso/entendimento, encorajando, reconhecendo ou reforçando as contribuições dos estudantes, estabelecer um clima de aprendizagem, baseando-se nos participantes, propondo discussão, avaliar a eficácia do processo).
3-Instrução directa (conteúdo/Questões presentes, centrar a discussão em questões específicas, resumir a discussão, confirmar a aprendizagem através da avaliação dando feedback.
Larose e Whitten (2000), aplicam o conceito de proximidade do professor online no âmbito da teoria sócio-cognitiva. Eles sugerem que a proximidade do professor, definida como "os comportamentos de ensino que promovem a aproximação ao outro e a interacção não verbal com o outro” (pag.321), constitui um factor mediador da motivação que por sua vez, medeia quer a aprendizagem social quer a cognitiva.
Schweizer et al., (2001) fizeram um estudo e no final, confirmaram que “experienciar o tutor com menos experiência social, conduz as avaliações extremamente emocionais, a reacções mais orientadas para a tarefa, mais tensas e mais formais quando comparadas com as condições em que o tutor é experinciado como tendo maior presença social”
Schweizer e colegas também encontraram diferenças significativas no uso de emoticons, sendo que os estudantes na condição de mais baixa presença de ensino usam-nos mais frequentemente do que os estudantes na condição de mais elevada presença de ensino. Eles descrevem isto como uma adaptação da parte dos estudantes da primeira condição às exigências da baixa presença de ensino do professor.



Bibliografia

Raven M. Wallace (2003)